segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES


     O peso corporal de um indivíduo, influenciado por um componente genético, é o resultado do balanço entre ingesta de calorias, níveis de atividade e gastos metabólicos. A perda de peso é uma queixa comum, principalmente entre pacientes idosos, cuja prevalência varia entre 10% e 20%, e constitui muitas vezes um desafio ao médico por ser uma manifestação inespecífica associada a diversas condições clique aqui .

 A importância de se valorizar essa queixa pode ser demonstrada com dados de estudos retrospectivos, que mostram mortalidade variando entre 9% e 38% em dois a três anos para idosos com perda de peso significativa. Apenas um terço dos pacientes com perda de peso tende a relatar tal dado como uma queixa ao seu médico, o que nos mostra que se deve questionar ativamente os pacientes durante a consulta clínica.
            Definimos perda de peso clinicamente importante como uma diminuição de ao menos 5 kg ou maior do que 5% do peso de base, durante um período de seis a doze meses.  Os caminhos que levam à perda de peso incluem o aumento da demanda metabólica, a diminuição da ingesta calórica ou as perdas de energia (através das fezes ou da urina, por exemplo), sabendo que esses fatores podem estar superpostos.
            Didaticamente, podemos dividir a perda de peso em voluntária ou involuntária, sendo essa última quase sempre um sinal de doença que merece investigação, a despeito de estar ligada a aumento ou diminuição de apetite. Há um estudo prospectivo que aponta uma mortalidade de 25% em um ano para pacientes com perda de peso involuntária significativa. Já as perdas voluntárias, quando não ligadas a um paciente obeso ou com sobrepeso que sabidamente está fazendo dieta, devem remeter a problemas psiquiátricos ou à busca por modelos estéticos impostos pela sociedade.

ACHADOS CLÍNICOS
História clínica

Algumas perguntas devem nortear a anamnese quando se investiga perda de peso:
         Realmente houve perda de peso? 50% dos pacientes que relatam perda de peso não apresentam realmente nenhuma perda quando se faz uma medida objetiva. Se não houver uma medida de peso prévia, tentar usar dados como roupas que ficaram mais largas ou a comprovação de familiares.
         Como é o comportamento do peso do paciente normalmente? Pacientes que têm um peso estável devem ter sua queixa muito mais valorizada do que pacientes que têm períodos de flutuações de peso conforme ingesta alimentar e atividade física.
         A perda foi voluntária? As causas de perda de peso involuntária são mais relacionadas a doenças de maior gravidade como neoplasias, doenças crônicas (ICC, DPOC, IRC), endocrinopatias ou infecção por HIV.
         Houve alteração de apetite? Há muito mais causas de perda de peso com perda de apetite (neoplasias, doenças crônicas, DPOC, doença de trato gastrintestinal, depressão, uso de drogas) do que perda de peso com aumento do apetite (hipertiroidismo, diabetes, síndrome de má-absorção).

         O paciente é idoso? Esse é um ponto fundamental. A partir dos 60 anos passamos a ter uma perda natural de 0,5% do nosso peso corpóreo ao ano. Entretanto, é nos idosos que encontramos as maiores taxas de mortalidade associadas a perda de peso (até 38% em dois a três anos). Portanto, é preciso sempre ter cautela ao analisar esses casos.
            Para todos os pacientes deve ser feito um completo interrogatório, a começar pelos sintomas mais comumente associados a perda de peso: febre, dor, dispnéia, palpitação ou sinal de doença neurológica. Questionar também sintomas gastrintestinais: disfagia, anorexia, náuseas, alteração de hábito intestinal. Pesquisar sobre uso de cigarro, álcool, outras drogas e medicamentos, passado cirúrgico, história familiar de neoplasia, procedência remota de áreas de doenças endêmicas, contato com tuberculose e fatores de risco para HIV. Deve-se lembrar de realizar uma adequada anamnese psíquica em busca de sintomas de depressão, ansiedade ou sinais de demência. Sempre perguntar sobre o uso de medicações e questionar sobre uso de drogas, lícitas ou ilícitas.

Fonte: http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1329/perda_de_peso.htm

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